domingo, 16 de dezembro de 2012

Muse - Hoodoo




Hoodoo

Muse

Come into my life
Regress into a dream
We will hide
Build a new reality

Draw another picture
Of a life you could have had
Follow your instincts
And choose the other path

You should never be afraid
You're protected
From trouble and pain
Why, why is this a crisis
In your eyes again?

Come to be
How did it come to be?
Tied to a railroad
No love to set us free
Watch our souls fade away
And our bodies crumbling
Don't be afraid

I will take the blow for you

And i've had recurring nightmares
I was loved for who i am
And missed the opportunity
To be a better man

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Recorte

Recortá-lo

Preciso

Retalhá-lo
'té que a rebarba sobrante
fale por si

E o corpo reste só
sóbrio e ereto

Estandarte plácido
Continente sólido

de sua própria verdade.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

Solidão



Degusto-a

é palpável, minha solidão

agarro-me a ela
        como chance de sentir meu gosto

    

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Delicadeza

Dê-me algo precioso
Além das banalidades

Veja minha riqueza

Deixe-me solta, livre
Para que eu volte querendo ser tocada
Pela candura do seu olhar


Um relicário de contas tilintantes
Podemos manusear sem pressa

Como crianças no justo deslumbre da descoberta:

          - Olha, que lindo!

sábado, 3 de novembro de 2012

Lição

Protesto pessoal

(Iara Rennó)
essa conduta
de dizer que não tem escolha é muito simples
é bem mais fácil pedir desculpa por tirar o corpo fora
do que encarar o que rola aqui e agora
inconsciente da sua capacidade e força transformadora
negar a responsa ficar à toa enquanto a vida voa
não se envolver de verdade
não se expor com medo da dor
dar pouco e receber menos da metade
depois lamentar porque já ficou tarde
acorda tira essa corda do pescoço
não adianta estar morto nem resolve andar torto
encosto
perdido no vago do próprio umbigo
cansado sugado querendo achar um culpado
sempre a mesma conversa de que tá tudo errado
que a sociedade não presta
acredite a sociedade começa na sua testa

no fundo
de cada um pulsa um novo mundo
cada indivíduo é um universo vivo
e você mesmo seu maior inimigo
no fundo
de cada um pulsa um novo mundo
cada indivíduo é mais uma peça que completa
essa equação complexa

apesar dos limites do que é ser humano
da mesmice do cotidiano engano
da fome da guerra da vida dura e do que quase não tem cura
a escolha é sua
e quem não escolhe se ferra submerge na treva se estrepa
desespera pára e se espera
o fim ou talvez uma próxima era
perde as melhores surpresas que o acaso reserva
fica de presa que não se preza
de cara feia como quem comeu com pressa
se bobear se fecha numa única idéia
pensando que descobriu a América
sem saber que quanto mais rija
mais fácil a vara se quebra

sem contra indicação pra gente
de qualquer cor credo ou classe social
isso é protesto pessoal
pelo progresso universal
pra botar as canelas de fora
lavar as almas sebosas
exorcizar as cismas
desentranhar os traumas num canto
xamânico mântrico ritmo frenético
dançando destemido com o destino
[sobre o concreto] a céu aberto de espírito desperto
e a criatividade é o melhor remédio
a cura pro tédio
insere a rima rica no seu verso
engendra energia nova no seu cérebro
amar é o tratamento certo
é a possibilidade da descoberta de um outro universo
que antes era apenas poeira elétron
no caos disperso
a procura de seu inverso
pra se fazer completo
é saber tirar a paz da guerra
sentir o sangue correr nas veias e artérias
encontrar alquimia química quimera?
conhecer todos os estados físicos da matéria
sentir a fusão dos lábios na pulsação dos corpos
movimento básico em conexão com o cosmos
sugar a seiva a saliva gozar celebrando a vida que grita
em explosão magnífica

Fonte:  http://www.mpbnet.com.br/canto.brasileiro/donazica/letras/protesto_pessoal.htm


Música: Protesto Pessoal, da banda DonaZica

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Arsênico

O que é da ordem do ordenado
interessa ao robótico
hemisfério cerebral

Trôpego e paulatino
- coitado, perdeu o tino

Tic-tac-toa alavantu
Pra relógio nenhum botar defeito

E tão imperfeito em sua arte
Divide o tempo a toda hora
Analiticamente dedicado
à execução de sua tarefa

da qual exausto
não declara sua derrota
mas desistiu faz tempo
do desgastante automatismo
de sua eterna rotina



terça-feira, 30 de outubro de 2012

Sob a superfície
Pensamentos fazem sombra
A luz solar perpassa

                               por frestas


Na medida sucinta
De me manter viva   

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Emotivo

Poças d'água

  Aguaceiro
          Cachoeira caindo em
                                             Eu
        Sou só
Recipiente
Sem forma
Acúmulo de lamentos
Monções
Hermeticamente
Transpiradas
A mente desanuviada
Desavisada
Líquida e cansada
Esperando o rio
Que tudo leve 
embora
Todo o senso leve
E traga-me de volta...

Banal

Minha tristeza é banal
Assim como minhas dúvidas
E todo o meu não-saber

Falta alento
Ao cansaço 
do ser

Nem o vento nem o tempo
Podem me cuidar
Há emergências várias
Que em nada me chamam

Só me distraem, extraem
A seiva do ser

Todos, tudo, tanto, tão -

Tum        tum         tum      tum       tum       tum -

Diálogos dialógicos dialéticos

E perdi minha poesia
E esgotei minha lágrima -
tornou-se obtusa como todo o resto.